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sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Pra ter um dia melhor

   Tenho aprendido muitas coisas sobre a vida, descobri que existe muito mais por trás do que vivemos neste mundo, que a vida é mais que acordar de manhã e ir trabalhar, mais que correria no trânsito, ou filas enormes nos caixas de supermercado, mais que voltar pra casa depois de um dia cheio e estressante e cair na cama.
   Mais que encontrar o amor da nossa vida, mais do que se casar, mais, muito mais. Não que isso não seja algo bom, é sim, mas o que quero dizer é que existe o mundo espiritual que é o real, e isso inclui todas as áreas da vida. A vida espiritual é a vida do corpo, não consigo ter ânimo pra nada se minha vida espiritual estiver ruim.
   Que motivos terei pra sonhar aqui se não puder ter uma vida além de tudo que vejo? Aprendi que as decepções passam com o amor que vem do Alto, que toda dor e luta que enfrentar são nada comparadas à glória que há de vir. Que tenho um anjo designado para tomar conta de mim, que me protege, que será meu amigo pela eternidade e me contará o que viveu a meu lado e não pude ver.
   Aprendi acima de tudo que o amor que eu preciso é o amor que não passa, o amor que suportou a cruz, as dores, o sofrimento. O amor de Jesus, que supera minhas expectativas. Que me salva. E mais do que simplesmente aprender, estou vivendo isso, a cada dia recebo um renovo desse lindo amor. 
   Necessito estar com Deus a cada dia, de manhã ao acordar Ele deve ser meu primeiro pensamento, preciso conhecer esse Deus maravilhoso que tudo fez por mim, que me promete vida eterna, que só quer me amar, me fazer feliz.
   As coisas cotidianas tomam um ar mais bonito quando estou com Jesus pela manhã, a vida não fica estressante, até esperar na fila do ônibus se torna algo bom (imagina!). Deus é assim, Ele transforma nosso dia, começamos a olhar as coisas de outro jeito.
   A vida com Deus é feliz e tudo que precisamos fazer é ir até Ele, entregue a Ele suas aflições e conflitos, conte sobre o estresse do seu dia-a-dia, conte sobre como tem se sentido, aproveite os momentos para estar mais perto dele.
   Um conselho prático pra ter um dia melhor é acordar antes das suas atividades e passar tempo com o Senhor, orar, ler a Bíblia, meditar num versículo, cantar um hino...Tenho certeza que isso irá ajudá-lo a viver mais feliz e assim você aprenderá muito com Deus e verá coisas que nunca imaginou e entenderá que tudo o que Ele deseja é te dar o Seu amor.
Porque és precioso a meus olhos, porque eu te aprecio e te amo, permuto reinos por ti, entrego nações em troca de ti. Isaías 43:4

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Amigo pra todas as horas

Amigo
Assim como os perfumes alegram a vida, a amizade sincera dá ânimo para viver. Pv 27:9
   Uma coisa na vida que nunca consegui entender é como as pessoas conseguiam ter amigos, mas não aquele colega somente, mas aqueles que realmente se importavam. Toda minha infância e adolescência busquei por eles, mas não foi exatamente como imaginava, nunca pude considerar as pessoas como amigos de verdade.
   Tinha pessoas à minha volta, principalmente na escola nas quais eu colocava este título, porém um momento ou outro a amizade acabava, sabia que não poderia contar com aquelas pessoas por mais que gostasse delas. Mudar de escola ou de cidade eram coisas que faziam a amizade terminar, não havia mais contato, eram amigos temporários, mesmo assim tentava dar o máximo de atenção possível a eles.
   Mas uma hora ou outra me sentia sozinha, sem ninguém pra conversar, jogar papo pro ar, rir sem saber do quê, ninguém pra contar sobre meu dia ou sobre como estava me sentindo. Por muito tempo foi assim, eu ia à igreja, lá também tinha amigos, porém voltava pra casa sem levar um pouco de alguém no coração.
   Muitas e muitas vezes me vi dessa forma, sozinha. Era triste, sabe. Rir por um tempo mas saber que por dentro estava vazia, incompleta. Sempre procurei nas pessoas o que me satisfizesse a solidão que sentia, até o dia em que Alguém apareceu na minha frente como quem diz: Oi! Posso ser seu amigo?
   Na minha solidão e tristeza, Ele se apresentou, sentou-se ao meu lado e começamos a conversar, a amizade foi crescendo, crescendo e todo o vazio que sentia Ele preencheu.
   Encontrei um Amigo pra toda a vida, na verdade Ele é que me encontrou. E essa amizade que hoje temos é o que sempre procurei e nunca tive, algo verdadeiro e real, Alguém pra quem posso contar segredos, rir, conversar, Alguém que se importa com o que sinto, penso e desejo. Alguém que me ama além dos meus defeitos e imperfeições, Alguém que posso chamar de Amigo e Companheiro pra todas as horas.
   Você já deve saber de Quem estou falando, né?! Ele mesmo, Jesus é o Amigo que me preencheu, que procurei a vida toda. A Palavra de Deus diz que Ele colocou a eternidade no nosso coração(Ec 3:11), é por isso que sentia aquele vazio, aquela solidão que por mais que tivesse amigos e pessoas ao meu redor ainda assim me sentia sem ninguém. Sei que muitos tentam preencher esse vazio com muitas coisas, mas não é assim, o Único que pode preenchê-lo é Aquele que é eterno.
   Mas esse Amigo maravilhoso, chamado Jesus, além de ter me dado meus pais como amigos ainda me deu outro amigo com que posso contar aqui na terra, alguém que se preocupa e que realmente posso chamar assim. Nós rimos, choramos, oramos, fazemos muitas coisas juntos e o mais importante nos aproximamos de Deus.
   Amigo de verdade é aquele que te aproxima de Jesus, alguém mais chegado que um irmão (Pv 18:24), que está ali quando você está triste ou feliz, não importa. Se você tem vivido este sentimento de solidão, parece que está vazio e que todos os seus amigos não são de verdade, busque o Melhor dos melhores amigos! Ele vai curar todas as tuas dores, vai te ajudar naquilo que você não vê saída, vai te ensinar a viver uma vida feliz, porque sem Ele nada podemos fazer (Jo 15:5), Ele é quem pode nos fazer felizes de verdade e mais, nos dará muitos amigos.
   Desejo que isso seja realidade na sua vida, e que tenha com o Senhor a amizade que nunca terá fim. Boa semana!

Eve.

domingo, 11 de janeiro de 2015

Deus supera minhas expectativas e sonhos

 Tudo que escrevi aqui ou que tirei de algum outro lugar, ao ler hoje, me faz lembrar das coisas boas que senti, da alegria e agora quem recebe a benção do ânimo sou eu mesma.
  Todo dia quando acordo sei que é um dia diferente, assim é que o encaro, sei que é uma benção de Deus abrir os olhos e ver outra vez a chuva ou o sol. Passar por problemas? Quem nunca? Mas existe algo que é maravilhoso, saber que o Deus de todo o universo sabe quem somos e o que vivemos, e tem sonhos lindos para nós.
  Não sei quem lê estas palavras, ou se realmente alguém as lê. Mas sei que o motivo do meu riso é Jesus e desejo que esse seja o motivo do sorrir de todos.
  Entenda que nessa vida "passareis por aflições mas tende bom ânimo, Eu venci o mundo" (João 16:33). Como experiência própria, afirmo: Não coloque suas expectativas e sonhos nas pessoas ou neste mundo, coloque-as em Deus e Ele saberá o que fazer com elas. Dará nova vida e felicidade, sonhos projetados em Seu coração desde a eternidade serão concretizados na sua vida se você crer e esperar Nele.
  Tudo passa, essa vida passará mas o que Deus tem preparado pra mim e pra você é muito melhor. Sonhe os sonhos de Deus e encontre Nele o ânimo que precisa! Deus lhe conceda bençãos neste novo ano e ao Seu lado seja feliz.
Pois Eu bem sei os planos que estou projetando para vós, diz o SENHOR; planos de paz, e não de mal, para vos dar um futuro e uma esperança. Jeremias 29:11

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Nas garras da graça

Resgatado.
De onde não mais há um caminho pra voltar
Te juro eu vim de lá
Perdoado. Nada pra pagar
Entre as nuvens vou além
Pelo céu pra Te encontrar

E voar
Além do horizonte pra Te encontrar
E voar, e voar
O céu não vê limites pra me perdoar
Nas garras da Tua graça eu quero descansar
E voar.

Exilado. Em terra de ninguém
Procurando o meu lugar
Só encontrei desdém
Perdoado. Nada pra pagar
Entres as nuvens eu vou além
Pelo céu para Te encontrar

A graça faz bem pro coração, pro corpo, pra mente, é dela que necessitamos. Só assim poderemos descansar. Graça é uma Pessoa: Jesus!

quinta-feira, 10 de abril de 2014

Noé. Já assistiu? Antes de assistir, leia isso.

Noé cabalístico
Em “Noé”, a nova e épica produção cinematográfica de Darren Aronofsky, Adão e Eva são apresentados como seres luminescentes e descarnados, até o momento em que comem do fruto proibido. Essa versão não é a da Bíblia, é claro. E, em meio a muitas outras licenças imaginativas de Aronofsky, como os monstros gigantes de lava, essa imagem levou muitos críticos de cinema a coçar a cabeça. Evangélicos conservadores se queixaram de que o filme toma muitas liberdades com o texto do Gênesis. Grupos mais liberais concederam suas indulgências ao diretor: afinal de contas, não devemos esperar que um ateu professo tenha as mesmas ideias de um crente a respeito dos textos sagrados. O caso é que os dois grupos se perderam na avaliação. Aronofsky não tomou liberdade alguma com o texto bíblico. O filme simplesmente não foi baseado na Bíblia.

Aliás, em defesa do diretor, devemos reconhecer que o filme nem sequer foi anunciado como se fosse. “Noé” não é uma adaptação do Gênesis. O filme nunca foi anunciado como “Noé da Bíblia” ou como “A História Bíblica de Noé”. Os escombros da cristandade continuam quentes o suficiente em nossos dias para que, quando alguém diz que vai fazer “Noé”, todo o mundo já presuma que vai ser uma versão da história da Bíblia. Eu tenho certeza de que Aronofsky ficou muito feliz em deixar seu estúdio pressupor isso mesmo, porque se o estúdio soubesse o que ele realmente pretendia, nunca teria permitido que ele fizesse o filme. Aronofsky tinha outras coisas em mente.

Vamos voltar à versão luminescente dos nossos primeiros pais. Eu reconheci o “motif” instantaneamente: é uma visão típica da antiga religião gnóstica. Eis uma descrição, do século 2 d.C., de algo em que a seita dos chamados ofitas acreditava: “Adão e Eva, originalmente, possuíam corpos sutis, luminosos e, por assim dizer, espirituais. Mas, quando chegaram aqui, seus corpos se tornaram escuros, pesados e desidiosos” (descrito por Irineu de Lyon, em Contra Heresias, I, 30,9).

Ocorreu-me que uma tradição mística mais estreitamente relacionada com o judaísmo, chamada cabala (que a cantora Madonna popularizou há cerca de uma década), teria certamente conservado uma visão semelhante, já que ela é, essencialmente, uma forma de gnosticismo judaico. Eu sacudi o pó do meu exemplar da obra The Kabbalah, escrita no século 19 por Adolphe Franck, e confirmei rapidamente as minhas suspeitas: “Antes de serem seduzidos pela sutileza da serpente, Adão e Eva não apenas eram isentos da necessidade de um corpo, mas sequer tinham corpo; ou seja, eles não eram da Terra.”

Franck cita o Zohar, um dos textos sagrados da cabala: “Quando nosso pai Adão habitava o Jardim do Éden, ele vestia, como todos no Céu, uma roupa feita de luz superior. Quando foi expulso do Jardim do Éden e obrigado a submeter-se às necessidades deste mundo, o que aconteceu? Deus, dizem as Escrituras, fez para Adão e para a sua esposa túnicas de pele e os vestiu; antes disso, eles vestiam túnicas de luz, da luz mais alta que havia no Éden...” [Até aí, tudo bem. Ellen White também diz que Adão e Eva usavam “vestes de luz”, mas não que fossem espíritos ou coisa parecida. – MB]

Isso é uma coisa obscura, eu sei. Mas a curiosidade tomou conta de mim e eu fui a fundo. Descobri que o primeiro longa de Darren Aronofsky foi “Pi” (de 1998; não confundir com “Life of Pi”, que não tem nada a ver com isso). Quer saber qual era o assunto? Tem certeza? Cabala. Consegui chamar a sua atenção? Ótimo.

O universo do “Noé” de Aronofsky é completamente gnóstico: um universo com graus “superiores” e “inferiores”. O “espiritual” é bom, e muito, muito, muito elevado: é lá onde mora o deus inefável; e o “material” é ruim, e muito, muito, muito inferior: é aqui, onde os nossos espíritos estão presos em carne material. Isto vale não apenas para os filhos e filhas decaídos de Adão e Eva, mas também para os anjos caídos, descritos explicitamente como espíritos aprisionados em “corpos” materiais feitos de lava derretida resfriada.

O filme criou personagens muito bacanas, mas sua evocação gnóstica também é notória. Os gnósticos os chamam de arcontes, seres divinos ou angelicais de menor escalão, que ajudam “O Criador” na formação do universo visível. E a cabala tem um panteão todo próprio de seres angelicais que sobem e descem pela “escada do ser divino”. E anjos caídos nunca são totalmente caídos nesse tipo de misticismo. Para citar de novo o Zohar, um texto central da cabala: “Todas as coisas de que este mundo é composto, tanto o espírito quanto o corpo, voltarão ao princípio e à raiz de onde vieram.” Engraçado: é exatamente o que acontece com os monstros de lava de Aronofsky. Eles se redimem, mudam até de pele e voam de volta para os céus. Aliás, eu notei que, no filme, quando a família de Noé vai caminhando por uma terra desolada, Sem pergunta ao pai: “Esta é uma mina Zohar?” Pois é: o nome do texto sagrado da cabala.

O filme inteiro é, figurativamente, uma mina Zohar.

E, se havia alguma dúvida sobre os “Vigilantes”, Aronofsky dá nome a vários deles: Samyaza, Magog e Ramil. Todos são demônios conhecidos da tradição mística judaica, não só da cabala, mas também do Livro de Enoc.

O quê? Demônios redimidos? Adolphe Franck explica a cosmologia da cabala: “Nada é absolutamente mau; nada é maldito para sempre, nem mesmo o arcanjo do mal ou, como ele é chamado às vezes, a fera venenosa. Chegará um tempo em que até ele recuperará o seu nome e a sua natureza angelical.”

Sim, isso é estranho, mas, por outro lado, todo mundo no filme parece adorar “O Criador”, certo? E isso é um ponto a favor do filme, não é? Não.

Acontece que, quando os gnósticos falam do “Criador”, eles não estão falando de Deus. Aqui, em nosso mundo que colhe os frutos da cristandade, o termo “Criador” geralmente denota o Deus vivo e verdadeiro. Mas, no gnosticismo, o “Criador” do mundo material é um filho bastardo de uma divindade de baixo nível, ignorante, arrogante, ciumento, exclusivista, violento e rasteiro. Ele é o responsável pela criação do mundo “não espiritual”, de carne e matéria, e ele mesmo é tão ignorante do mundo espiritual que se imagina como o “único Deus” e exige obediência absoluta. Os gnósticos geralmente o chamam de “Javé”. Ou de outros nomes, como Ialdabaoth, por exemplo.

Este “Criador” tenta manter Adão e Eva longe do verdadeiro conhecimento do divino e, quando eles desobedecem, fica furioso e os escorraça do paraíso.

Em outras palavras, caso você tenha se perdido no enredo: a serpente estava certa o tempo todo. Esse “deus”, “O Criador”, a quem eles adoram, está retendo para si algo que a serpente poderia lhes proporcionar: nada menos que a própria divindade.

O universo do misticismo gnóstico tem uma desconcertante infinidade de variedades. Mas, em geral, elas têm em comum o fato de chamar a serpente de “Sophia” [Sabedoria, em grego] ou “Mãe”. A serpente representa o divino verdadeiro. As declarações do “Criador” é que são falsas. Então a serpente é um personagem importante no filme?

Vamos voltar ao filme. A ação começa quando Lamec está prestes a abençoar seu filho, Noé. Lamec, de modo muito estranho para um patriarca de uma família que segue a Deus, puxa uma relíquia sagrada, a pele da serpente do Jardim do Éden. Ele a enrola no braço e estende a mão para tocar no seu filho; neste momento, um bando de saqueadores interrompe a cerimônia. Lamec é morto e o “vilão” do filme, Tubal-Caim, rouba a pele da serpente. Noé, em resumo, não recebeu o suposto benefício que a pele da serpente lhe concederia.

A pele não se acende magicamente no braço de Tubal-Caim: aparentemente, ele também não fica “iluminado”. E é por isso que todo mundo no filme, incluindo o protagonista Noé e o antagonista Tubal-Caim, adora “O Criador”. Todos eles estão enganados.

Vou esclarecer uma coisa: muitos críticos manifestaram perplexidade ao ver que não há nenhum personagem “apreciável” no filme e que, de quebra, todos parecem adorar o mesmo Deus. Tubal-Caim e seu clã são maus e do mal, mas o próprio Noé também se mostra muito mau quando abandona a namorada de Ham e quase mata duas crianças recém-nascidas. Alguns acharam que essa passagem era uma espécie de profunda reflexão sobre o mal que existe em todos nós. Mas aqui vai outro trecho do Zohar, o texto sagrado da cabala: “Dois seres [Adão e Nachash, a serpente] tiveram relações com Eva [a segunda mulher] e ela concebeu de ambos e deu à luz dois filhos. Cada um seguiu um dos progenitores masculinos e seus espíritos se separaram, um para um lado, o outro para o outro, assim como, similarmente, seus caráteres. No lado de Caim estão os da espécie do mal; no de Abel, uma classe mais misericordiosa, mas não ainda totalmente benéfica: são vinho bom misturado com vinho ruim.” Soa familiar?

De qualquer forma, todo mundo está adorando a “divindade do mal”, que quer destruir a todos (na cabala, diga-se de passagem, acredita-se que muitos mundos já foram criados e destruídos). Tanto Tubal-Caim quanto Noé tem cenas idênticas, olhando para o céu e perguntando: “Por que não falas comigo?” “O Criador” abandonou a todos porque tem a intenção de matar a todos.

Noé tinha tido uma visão da vinda do dilúvio. Ele está se afogando, mas vê animais que flutuam na superfície, na segurança da arca. Não há nenhuma indicação de que Noé se salvará. Ele não sabe como explicar as coisas para a sua família: afinal, ele está afundando enquanto os animais, “os inocentes”, se salvam. “O Criador”, que proporciona essa visão a Noé, quer que todos os seres humanos morram.

Muitas resenhas críticas estranharam a mudança de Noé, que, na arca, se torna um maníaco homicida querendo matar as duas netas recém-nascidas. Não há nada de estranho nisso. Na opinião do diretor, Noé está adorando um deus falso que também é um maníaco homicida. Quanto mais Noé se torna fiel a esse deus, mais ele se torna homicida. Ele vai se transformando cada vez mais na “imagem do deus”, a mesma “imagem do deus” constantemente mencionada (e encarnada) pelo vilão Tubal-Caim.

Mas Noé decepciona “O Criador”. Ele não acaba com todas as vidas, do jeito que seu deus quer que ele faça. “Quando eu olhei para aquelas duas meninas, meu coração se encheu somente de amor”, diz ele. Agora Noé tem algo que “O Criador” não tem: amor. E misericórdia. Mas de onde ele tirou isso? E por que agora?

Na cena imediatamente anterior, Noé matou Tubal-Caim e recuperou a relíquia da pele de cobra: “Sophia”, a “Sabedoria”, a verdadeira luz do divino. Apenas uma coincidência, claro...

Bom, estou quase terminando.

Falemos do arco-íris. Ele não aparece no final só porque Deus faz uma aliança com Noé. O arco-íris aparece quando Noé fica sóbrio e abraça a serpente. Ele enrola a pele em volta no braço e abençoa a família. Não é Deus que os encarrega de se multiplicar e encher a Terra, mas sim Noé, em primeira pessoa, usando o talismã-serpente (a propósito, não é casual que os arco-íris sejam todos circulares. O círculo do “Um”, o Ein Sof, na cabala, é o sinal do monismo).

Observe esta mudança: Noé estava bêbado na cena anterior. Agora ele já está sóbrio e “iluminado”. Um cineasta nunca monta uma sequência dessas por acidente. Noé transcendeu e superou aquela divindade ciumenta e homicida.

Faço algumas advertências depois de tudo isso.

Primeiro, a especulação gnóstica tem várias perspectivas. Alguns grupos se mostram radicalmente “dualistas”, com “O Criador” sendo de fato um “deus” completamente diferente. Outros são mais “monistas”, com Deus existindo em uma série de emanações descendentes. Outros, ainda, consideram que a divindade inferior pode “crescer”, “amadurecer” e ascender na “escala” do ser, rumo a maiores alturas. Noé, provavelmente, se encaixa um pouco em cada categoria. É difícil dizer.

Minha outra advertência é esta: há uma tonelada de imagens, citações e temas da cabala neste filme e eu não conseguiria citar todas elas neste único texto. Por exemplo: a cabala geralmente se baseia em letras e números hebraicos; os “Vigilantes” pareciam ter, deliberadamente, a forma de letras hebraicas.

Eu não veria este filme de novo para escavar detalhadamente todas essas referências, nem sequer se você me pagasse (até porque, de um mero ponto de vista cinematográfico, achei a maior parte do filme insuportavelmente chata). O que posso dizer, tendo visto a produção somente uma vez, é o seguinte: Darren Aronofsky produziu uma releitura da história de Noé sem embasamento algum na Bíblia. É uma releitura totalmente pagã da história de Noé, baseada em fontes gnósticas e da cabala. Para mim, não resta simplesmente nenhuma dúvida sobre isso.

Agora deixem-me dizer qual é o verdadeiro escândalo em tudo isso.

Não é o fato de que o filme foge à versão bíblica. Não é o fato de que os críticos cristãos, decepcionados, tinham expectativas altas demais. O escândalo é este: de todos os líderes cristãos que fizeram um grande esforço para endossar esse filme (pelo motivo que fosse: “Porque é um início de diálogo”, “Porque Hollywood está pelo menos fazendo alguma coisa ligada à Bíblia”, etc.) e de todos os líderes cristãos que o condenaram por “não seguir a Bíblia”, nenhum conseguiu identificar uma subversão flagrantemente gnóstica da história bíblica, por mais que ela estivesse bem debaixo dos seus narizes.

Eu acho que Aronofsky se propôs a experiência de nos fazer de bobos: “Vocês são tão ignorantes que eu sou capaz de colocar Noé (Russell Crowe!) nas telas e retratá-lo literalmente como a ‘semente da serpente’ e, mesmo assim, todos vocês vão assistir e apoiar.”

Aronofsky está dando risada. E todos os que caíram no trote deveriam se envergonhar. E olhem que foi uma experiência gnóstica impressionante! No gnosticismo, somente a “elite” possui “o saber” e o conhecimento secreto. Todo o resto das pessoas é um bando de ingênuos e tolos ignorantes. O “grande evento” desse filme é ilustrar esta premissa gnóstica: nós, “o resto”, somos ingênuos e tolos.

Será que a cristandade poderia acordar, por favor?

Em resposta, eu tenho uma sugestão simples: de hoje em diante, nenhum seminarista deveria avançar de etapa se não demonstrasse que leu, digeriu e entendeu o texto Contra Heresias, de Irineu de Lyon. Afinal de contas, estamos novamente no século 2 d.C.

Post scriptum: alguns leitores podem achar que eu estou sendo duro demais com as pessoas porque elas não perceberam o gnosticismo no coração desse filme. Eu não espero que os espectadores em geral percebam essas coisas. O que eu esperava deles, aliás, era exatamente o que vimos: uma confusão de coçar a cabeça. Mas espero, sim, uma reação muito diferente dos líderes cristãos: professores de seminários e de universidades, párocos, doutores. Se uma pele de serpente enrolada no braço de um personagem bíblico não dispara nenhum alarme diante deles... eu não sei nem o que dizer.
(Brian Mattson, Aleteia)



*Grifo próprio.

domingo, 10 de novembro de 2013

Precisando abrir o coração?

Para onde você se volta quando a sua vida perde o sentido? Ou quando enfrenta uma situação embaraçosa… ou até mesmo escandalosa? De que precisa quando as circunstâncias atingem os seus frágeis diques e ameaçam submergir a sua vida em dor e confusão?
Você precisa de um abrigo. Um ouvinte. Alguém que compreenda.
Mas a quem você recorre quando não há alguém a quem possa contar os seus problemas? Onde você encontra coragem?
As pessoas desencorajadas não precisam de críticas. Já sofrem o suficiente. Não precisam de mais culpa nem tensões acumuladas. Necessitam de encorajamento, de um abrigo.
Um lugar para esconder-se e curar-se.
Precisa de uma pessoa disposta, preocupada, disponível e confidente. Você não consegue encontrar ninguém assim? Por que não compartilhar o abrigo de Davi? Aquele o qual o chamou de minha Força, meu Rochedo, minha Fortaleza, minha Cidade Forte e minha Torre.
O abrigo de Davi NUNCA falhou. Nem uma única vez. Este rei jamais se arrependeu das vezes em que depositou a sua carga pesada e correu para o abrigo.
E você também não se arrependerá. (Extraído da obra Growing Strong the Seasons of Life, de Charles Swindoll)

domingo, 22 de setembro de 2013

Deixe-O ser teu Deus

"Quando olho para mim não vejo nada mais que escuridão. Mas quando olho a Cristo vejo a Luz que me salvou. Se um dia morri por meio do batismo e ressuscitei para Ele não posso mais querer viver para o mundo."

Ás vezes o eu quer levantar e reinar, na nossa condição pecaminosa deixamos que ele reine por algum tempo. Mas me diz uma coisa, o que eu e você éramos antes de Cristo tomar nossas vidas? Escuridão, solidão, máscaras, tristeza escondida por trás de um sorriso forçado... Mas no fundo sabíamos quem éramos e que as tentativas de sermos felizes sozinhos eram vãs.

Sou muito feliz porque meu Senhor me encontrou. E hoje quando penso nisso entendo que sem Ele não poderia continuar vivendo. Ele é a vida! Vida que eu e você precisamos mais que tudo.
Ah! Que amor incrível é o Seu! Quando estiver pensando que não existe saída por causa de seus pecados e falhas lembre-se que o Senhor Jesus já proveu solução para isso. Quando parecer tudo escuro deixe-O iluminar teu ser.

Não permita que o mundo viva outra vez em tua vida, não deixe o velho homem com suas vis paixões se levantar. Viva em novidade de vida que o próprio Deus te concede por meio do Seu eterno amor demonstrado na cruz.
Fomos, pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos pela glória do Pai, assim também andemos nós em novidade de vida. Romanos 6:4
Sempre penso que o maior desejo de Deus é abraçar os Seus filhos pela primeira vez depois de muito muito tempo. Lembre disso. Ele quer te abraçar! E para isso você tem de estar com Ele na eternidade. Ele já fez TUDO por você, deixe-O ser teu Deus, deixe-O tomar conta de tua vida por completo. Deixe-O viver em teu lugar e salvá-lo. Entregue-se! Pois salvação só existe em Cristo, entregue teu viver a Ele porque Ele venceu para te dar vida, vida que jamais acabará. Ele quer que você viva eternamente ao Seu lado.

 Renuncie a tudo o que te afasta do Altíssimo, deixe que Ele sonhe os sonhos por você e te faça feliz.
Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o SENHOR. Isaías 55:8

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

E quando você pensa que está sozinho...


Às vezes é difícil conviver com algumas coisas nessa vida e ainda mais quando se trata de você mesmo. Quem nunca teve vontade de sumir por uns tempos ou se esconder em qualquer lugar e não ser achado por ninguém?

Cristianismo é muito mais que palavras ou meras ações. É uma luta constante para se aproximar mais de Deus e se afastar do pecado. Mas nessa luta você não precisa nem está sozinho. Ele prometeu! Ele prometeu que estaria com você todos os dias até à eternidade. Quando se sentir sozinho, não tenha medo de dizer isso ao SENHOR, porque, amigo, nunca estarás a sós. Ele olha para você, com um olhar terno e cheio de amor, consegues imaginar isso? Não é maravilhoso? Sim! Incrível. 
SENHOR, tu me sondas e me conheces.
Sabes quando me assento e quando me levanto; de longe penetras os meus pensamentos.
Esquadrinhas o meu andar e o meu deitar e conheces todos os meus caminhos.
Ainda a palavra me não chegou à língua, e tu, SENHOR, já a conheces toda.
Tu me cercas por trás e por diante e sobre mim pões a mão.
Tal conhecimento é maravilhoso demais para mim: é sobremodo elevado, não o posso atingir.
Para onde me ausentarei do teu Espírito? Para onde fugirei da tua face?
Se subo aos céus, lá estás; se faço a minha cama no mais profundo abismo, lá estás também;
se tomo as asas da alvorada e me detenho nos confins dos mares,
ainda lá me haverá de guiar a tua mão, e a tua destra me susterá. Salmos 139:1-10
Penso que foi isso que Davi expressou nesse Salmo, um amor tão profundo que nunca te deixa só. O Senhor Jesus não é uma ideia de alguém ou apenas um ser humano ou profeta, Ele é Deus, quer Ser presente em sua vida todos os momentos se você permitir.

Quando parece que estamos num vale muito muito profundo, sem saída, Ele continua sendo a Luz do mundo. A Luz que pode iluminar seu coração e te tirar as trevas. Não se desespere. Peça Sua ajuda, Ele está pronto para te estender a Mão.

O que me tem consolado é que a Nova Jerusalém "não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada" Apocalipse 21:23
Que promessa INCRÍVEL! Nunca mais escuridão! Só saberás o que é Amor quando abraçares a Jesus, um abraço equivalente a mais ou menos uns 30 anos terrestres. Imagine. Que lindo!

Deixe-O ser sua Luz aqui e pela eternidade.
Tu, SENHOR, és a minha lâmpada; o SENHOR derrama luz nas minhas trevas. II Samuel 22:29

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A melhor retribuição

Francisco e sua família sofriam muito por causa de um vizinho que gratuitamente decidira tornar-se seu inimigo. Quando a família de Francisco reunia-se para cantar no culto matinal, o vizinho colocava o rádio a todo volume, só para atrapalhar. Infernizava-lhe a vida por qualquer motivo, e um dia disse-lhe: “Eu os odeio, não suporto a presença de vocês; se um dia a vida de vocês dependesse de mim, não moveria um dedo e os deixaria morrer”.

Mas um dia, o tempo encarregou-se de tornar realidade o quadro imaginado pelo vizinho, só que ao contrário. O botijão de gás explodiu e em poucos minutos a casa do vizinho ficou completamente tomada pelo fogo. O fogo espalhou-se pelas casas vizinhas da esquerda, mas a casa da direita, onde Francisco morava, ficou milagrosamente protegida.
O bom Francisco e sua esposa lutavam com todas as suas forças, ajudando a apagar o fogo. Mas quando os bombeiros chegaram e realizaram seu trabalho, havia já várias famílias desabrigadas e sem saber para onde ir.

Francisco aproximou-se do vizinho inimigo e bondosamente ofereceu-lhe a casa. O homem não aceitou. Com os olhos cheios de lágrimas contemplava os destroços feitos pelo fogo. Francisco e sua esposa insistiram, e finalmente o vizinho aceitou. Foi tratado com amor. Durante algumas semanas ficou ele e sua família morando na casa do homem que tanto atacara na vida, e entendeu que não tinha motivo para acalentar em seu coração aquele ódio gratuito. Hoje Fulgêncio Vega e sua família também estão na igreja!

“Se o que te aborrece tiver fome, dá-lhe pão para comer; se tiver sede, dá-lhe água para beber, porque assim amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça; e o Senhor te retribuirá” (Pv 25:21-22). Este texto é uma metáfora e tem sido mal interpretado por muitos cristãos. Já ouvi muitas vezes dizer que a melhor vingança do cristão é tratar bem ao inimigo porque assim “amontoarás brasas sobre a sua cabeça”. Em outras palavras, o inimigo sentir-se-á envergonhado, humilhado e no cristão ficará aquele “sabor gostoso da vitória”.

Mas que tipo de cristianismo é esse? Não afirmou o Senhor que a vingança é dEle (Hb 10:30)? Não nos mandou que amemos a nossos inimigos e soframos tudo que nos fizerem (Mt 5:44; Tg 5:6-8)?
Que significam, então, as “brasas sobre a cabeça do inimigo”? Você não acha que a bondade com que o inimigo for tratado ou o ir a ele para pedir perdão, quando deveria ser ele que deveria vir a nós, pode fazer com que as brasas do Espírito Santo, as brasas do arrependimento e a dor pelo pecado, consumam na mente do inimigo todos esses sentimentos negativos e nos tornem amigos e irmãos em Cristo?

Se nossos atos de bondade servem apenas para humilhar e fazer o inimigo passar vergonha, então, qual é a vantagem do cristianismo? Quando Jesus pediu perdão para os inimigos na cruz do Calvário, fez isso para humilhá-los? Ou porque os amava e queria vê-los salvos e felizes em Seu reino?

Leve esse pensamento com você e medite nele ao longo do dia!


Escrito pelo Pr. Alejandro Bullón