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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

A melhor retribuição

Francisco e sua família sofriam muito por causa de um vizinho que gratuitamente decidira tornar-se seu inimigo. Quando a família de Francisco reunia-se para cantar no culto matinal, o vizinho colocava o rádio a todo volume, só para atrapalhar. Infernizava-lhe a vida por qualquer motivo, e um dia disse-lhe: “Eu os odeio, não suporto a presença de vocês; se um dia a vida de vocês dependesse de mim, não moveria um dedo e os deixaria morrer”.

Mas um dia, o tempo encarregou-se de tornar realidade o quadro imaginado pelo vizinho, só que ao contrário. O botijão de gás explodiu e em poucos minutos a casa do vizinho ficou completamente tomada pelo fogo. O fogo espalhou-se pelas casas vizinhas da esquerda, mas a casa da direita, onde Francisco morava, ficou milagrosamente protegida.
O bom Francisco e sua esposa lutavam com todas as suas forças, ajudando a apagar o fogo. Mas quando os bombeiros chegaram e realizaram seu trabalho, havia já várias famílias desabrigadas e sem saber para onde ir.

Francisco aproximou-se do vizinho inimigo e bondosamente ofereceu-lhe a casa. O homem não aceitou. Com os olhos cheios de lágrimas contemplava os destroços feitos pelo fogo. Francisco e sua esposa insistiram, e finalmente o vizinho aceitou. Foi tratado com amor. Durante algumas semanas ficou ele e sua família morando na casa do homem que tanto atacara na vida, e entendeu que não tinha motivo para acalentar em seu coração aquele ódio gratuito. Hoje Fulgêncio Vega e sua família também estão na igreja!

“Se o que te aborrece tiver fome, dá-lhe pão para comer; se tiver sede, dá-lhe água para beber, porque assim amontoarás brasas vivas sobre a sua cabeça; e o Senhor te retribuirá” (Pv 25:21-22). Este texto é uma metáfora e tem sido mal interpretado por muitos cristãos. Já ouvi muitas vezes dizer que a melhor vingança do cristão é tratar bem ao inimigo porque assim “amontoarás brasas sobre a sua cabeça”. Em outras palavras, o inimigo sentir-se-á envergonhado, humilhado e no cristão ficará aquele “sabor gostoso da vitória”.

Mas que tipo de cristianismo é esse? Não afirmou o Senhor que a vingança é dEle (Hb 10:30)? Não nos mandou que amemos a nossos inimigos e soframos tudo que nos fizerem (Mt 5:44; Tg 5:6-8)?
Que significam, então, as “brasas sobre a cabeça do inimigo”? Você não acha que a bondade com que o inimigo for tratado ou o ir a ele para pedir perdão, quando deveria ser ele que deveria vir a nós, pode fazer com que as brasas do Espírito Santo, as brasas do arrependimento e a dor pelo pecado, consumam na mente do inimigo todos esses sentimentos negativos e nos tornem amigos e irmãos em Cristo?

Se nossos atos de bondade servem apenas para humilhar e fazer o inimigo passar vergonha, então, qual é a vantagem do cristianismo? Quando Jesus pediu perdão para os inimigos na cruz do Calvário, fez isso para humilhá-los? Ou porque os amava e queria vê-los salvos e felizes em Seu reino?

Leve esse pensamento com você e medite nele ao longo do dia!


Escrito pelo Pr. Alejandro Bullón

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